08/04/2011 09h19 - Atualizado em
08/04/2011 09h54
Tecnologias da casa do futuro se tornam itens básicos de prédios
Apartamentos para classe média oferecem pacote básico de automação.
Sistemas automatizados estão 50% mais baratos que há cinco anos.
Além da garagem para dois carros, churrasqueira e salão de festas, a automação residencial começa a fazer parte dos requisitos básicos dos apartamentos no Brasil. Com os preços das tecnologias caindo pela metade, a casa do futuro está mais perto da classe média brasileira.
Prédios já trazem controle remoto que permite controlar até 12 equipamentos (Foto: Laura Brentano/G1) A automação permite que o cliente, antes de chegar em casa, ligue o ar-condicionado, a TV, regule a iluminação do ambiente e abra as cortinas apenas clicando em uma tecla do celular conectado à internet. O cliente também pode controlar esses equipamentos a partir de um único controle remoto ou de uma tela sensível ao toque instalada na parede de casa.
Tela sensível ao toque na parede do apartamento é
opcional no 'OneBrooklin' (Foto: Laura Brentano/G1) Empreendimentos para a classe média já oferecem um pacote básico de automação que permite controlar até 12 equipamentos eletrônicos. É o caso do “One Brooklin”, em São Paulo. O apartamento mais barato, de 64 metros quadrados, é vendido por R$ 460 mil. A previsão é que o prédio fique pronto em dezembro de 2013.
“Não posso dizer que foi um fator crucial, mas com certeza ajudou muito na minha decisão”, conta Marcus Villalobos Mendes, de 26 anos, que comprou um apartamento de 85 metros no One Brooklin. Mendes faz parte do grupo de jovens ligados em tecnologia que estão buscando apartamentos com essas facilidades. Além de ser fã dos produtos da Apple – ele tem um iPad, um iPhone e um MacBook – Mendes trabalha na área tecnológica.
“Acredito que o público mais velho também passará a adotar porque a automação visa simplificar e automatizar os hábitos das pessoas. Além disso, a tecnologia está muito mais intuitiva”, diz Roberto Oliveira, diretor da Fast Life, nova operação de automação da Fast Shop e responsável pelo sistema do One Brooklin.
No lugar da chave, apartamento 'do futuro'
traz leitor digital (Foto: Laura Brentano/G1) A facilidade de navegação é um dos motivos que Oliveira acredita ter popularizado a automação. “Além do preço, soluções complexas eram uma das barreiras que impediam os varejistas de entrar no negócio. Ouvimos histórias de clientes que gastaram R$ 100 mil e não conseguiram usar a tecnologia”, explica.
Tecnologia mais barata
Segundo a Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside), os preços de sistemas automatizados caíram pela metade nos últimos 5 anos e o número de projetos cresceu de 35% a 40% ao ano. “Na Aureside, registramos o dobro de fabricantes associadas em dois anos, o que mostra uma maior variedade de tecnologias no mercado”, conta José Roberto Muratori, engenheiro da Aureside. “As pessoas vivem em um universo tecnológico e já faz sentido para elas investir na automação”. Como exemplo, Muratori diz que um cliente gasta mais com um armário embutido do que com as soluções automatizadas.
Cada vez mais, o mercado vai exigir que os prédios venham
com automação"
Roberto Oliveira, diretor da Fast Life
Essas soluções começaram a aparecer como parte dos apartamentos há apenas um ano. “Entramos nessa área em 2009. Na ocasião, entregávamos apartamentos adaptados, caso o cliente optasse em colocar o sistema”, diz Sandra Germanos, gerente da incorporadora Stan, responsável pelo One Brooklin. No entanto, ela conta que a receptividade foi tão boa que a empresa decidiu oferecer algumas soluções no kit básico dos apartamentos.
"Não acho bom entregar um apartamento cheio de automação. Como a tecnologia precisa ser personalizada, a melhor opção é oferecer uma degustação ao consumidor. Assim, ele complementa aquele sistema com outras opções ao seu gosto", explica Muratori.
“A automação ainda é um diferencial, mas começará a ser uma oferta necessária. Cada vez mais o mercado vai exigir que os prédios já venham com a tecnologia”, diz Oliveira. “Hoje, as construtoras não entregam mais edifícios sem o sistema de câmeras de segurança. E isso é um exemplo bem próximo da automação. Se já abrimos o vidro do carro eletronicamente, porque não vamos fazer isso no nosso apartamento?”, questiona Muratori.